na foto Hércules, um dos filhos da minhha amiga e esteticista Sandra Taquetti, que os trata com toda a dignidade e amor do mundo, assim como todos deveriam ser tratados.=^.^=
sabadão à tarde...
eu,
mestranda louca, com 03 artigos pra entregar nas próximas 03 semanas, resolvo fazer balaiage no cabelo, já que não tinho nada pra fazer mesmo né?
e não é que estou gastando o tempo na varanda com um monte de papel alumínio na cabeça, esperando aquilo tudo fazer algum efeito [ficou péssimo, diga-se de passagem]
quando vejo uma patinha peluda saindo de um saco plástico preto na rua... Saí correndo e abri o saco. Era um poodle de porte médio muito doente, os olhos infeccionadíssimos, umas marcas no corpo e uns espasmos como se fossem soluços. Na hora meus olhos já se encheram d'água, corri pra chamar a minha amiga e esteticista (que também, é amante inveterada dos animais, arrumamos água limpa e ração dos cães dela. Mas ele não comia, só tentava beber água, ai que desespero!
Liguei na mesma hora para a vet dos meus filhos, a Tia Marcelle (sim eu chamo de tia quenem mãe chama pediatras) e dei todas as informações. Ela "diagnosticou" como
cinomose, uma doença viral horrível que mata os cães de uma maneira muito feia e cruel. Ligo pro 156, eles não funcionam aos sábados. Saio como louca com os cabelos cheios de henna, subo em direção ao norte, no Pronto Socorro do Pet Shop com o cãozinho dentro de uma grande caixa de papelão e um paninho no fundo, vou conversando com ele, ele me olhando e soluçando, eu já comecei a chorar ali mesmo, de raiva, de tristeza, de sensação de impotência, de indignação... aaahhhhh!
Cheguei no pronto Socorro com os cabelos cheios de tinta, uma toalha velha furada e manchada nos ombros e um serzinho no colo cujos olhos só pediam carinho. O Tio Arnaldo foi super ético, conversou com ele, tocou, me explicou tudinho, a doença estava em estágio avançado e ele precisava ser sacrificado...
[imagine um soco na boca do estômago. uma vontade de gritar e ao mesmo tempo de ficar em silêncio]
...depois disso eu não sabia explicar o turbilhão de coisas que estavam se passando na minha cabeça (cheia de henna) e no meu peito, eu só chorava, chorava copiosamente, como quem havia acabado de dar adeus a um amigo...